Tomates Verdes Fritos (Fried Green Tomatoes)
Ano: 1991
Diretor: Jon Avnet
Duração: 130 minutos
Nos anos 80, Evelyn (Kathy Bates) é uma dona de casa infeliz e que está passando pela menopausa, quando conhece Ninny (Jessica Tandy), uma idosa peculiar e animada que mora em uma casa de repouso. Nas visitas de Evelyn, ela conta histórias sobre outras duas mulheres, jovens do Alabama nos anos 20/30 : a teimosa e aventureira Idgie Threadgoode (Mary Stuart Masterson) e sua amiga Ruth (Mary-Louise Parker).
O roteiro foi adaptado com a colaboração de Carol Sobieski por Fannie Flag, baseado em seu romance Fried Green Tomatoes at the Whistle Stop Cafe e recebeu uma indicação ao Oscar de 1992.
Começamos nossa jornada quando Evelyn (Kathy Bates) acompanha seu marido Ed (Gailard Sartain) numa visita à sua tia, que está no hospital.
Somos levados ao Alabama nos anos 20, até a família Threadgoode. A pequena 'espuleta' Idgie (Nancy Moore Atchinson) não quer saber de vestidos e condutas de damas, sendo próxima apenas de seu irmão Buddy (Chris O'Donnell), que por sua vez está apaixonado por Ruth (Mary-Louise Parker).
Após um acidente que afeta suas vidas, as duas se separam e Idgie (agora Mary Stuart Masterson) torna-se extremamente reclusa e arisca. Mas sua mãe (Lois Smith), contrariada pelo jeito rebelde e masculino da filha que vive em bares bebendo uísque e jogando pôquer, decide chamar a boa moça católica Ruth para aproximar-se de Idgie e ver se consegue influenciá-la de maneira positiva.
Mas Idgie surpreende Ruth com sua ousadia e irreverência e as duas acabam tornando-se grandes companheiras.
Por conveniência, Ruth acaba se casando com Frank Bennet (Nick Sercy), um homem rude e abusivo. Quando a situação extrapola os limites, Idgie vai ao resgate da velha amiga e lhe dá um emprego na sua lanchonete, onde servem os famosos tomates do título.
As duas enfrentam o preconceito dos mais conservadores locais, curiosamente não por visivelmente serem mulheres incomuns para a época, mas por ajudar os menos afortunados e servir comida para os negros na Whistle Stop, por exemplo.
Um dos temas presente no filme, a segregação racial afetava negócios e comunidades no início do século XX, cobrando punições dos negros que não respeitassem as regras vigentes. O extremismo sulista é retratado através da Klu Klux Klan.
Também conhecida como KKK, são organizações racistas americanas que defendem a supremacia branca e o protestantismo. A primeira foi fundada em 1865, no Tennessee e banida em 1872. Um segundo grupo foi criado por William Simmons em 1915, que ficou famoso pelos linchamentos e outras violências contra seus 'inimigos', entre estes incluindo-se negros, católicos, judeus e asiáticos. A popularidade da organização caiu durante a Grande Depressão e Segunda Guerra, já que o país se posicionou contra o totalitarismo e nazismo.
A vida dos afro-americanos é retratado através da família de Sipsey, vivida por Cicely Tyson, atriz que participou do recente Histórias Cruzadas (2011). Criado na mesma casa e grande amigo de Idgie, Big George é interpretado por Stan Shaw.
Apesar de não deixar explícita a relação entre Idgie e Ruth e o filme retratá-las como melhores amigas extremamente próximas, elas na verdade vivem um romance. Temendo a polêmica que poderia ser gerada, Jon Avnet preferiu deixar o relacionamento subentendido. Bobagem, na minha opinião, já que isso daria ainda mais atitude e força pro filme.
A dupla de atrizes tem uma química fantástica, desenvolvendo ótimas interpretações, que tanto emocionam quanto nos divertem; Assim como as veteranas, ambas indicadas ao Globo de Ouro e ao BAFTA por seu desempenho no longa, Kathy Bates (American Horror Story) e Jessica Tandy, nomeada também ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo papel. A atriz, que teve uma prolífica carreira de cerca de 65 anos entre palcos e telas, ficou famosa pelo anterior Conduzindo Miss Daisy (1989) ao lado de Morgan Freeman, protagonizando outra amizade de caráter ambíguo que ultrapassa diferenças sociais, raciais, culturais e de idade, curiosamente também ambientada na região sulista dos EUA.
E apesar de não ter ganho nenhuma estatueta, o longa foi indicado a outros prêmios importantes, como o Globo de Ouro e venceu o GLAAD (Aliança Gay e Lésbica Contra a Difamação), como filme excepcional, dentre outras instituições que homenagearam a produção e elenco.
Os tomates verdes fritos são um prato típico no sul dos EUA.
Você pode testar essa receita aqui se quiser provar, enquanto escuta a bela trilha de Thomas Newman aqui, responsável pela composição de músicas para filmes como Um Sonho de Liberdade (1994), O Encantador de Cavalos (1998) e Beleza Americana(1999).
Bom apetite!
Wikipedia
Imdb
Buzzfeed
http://50anosdefilmes.com.br/
http://www.contioutra.com/
https://wondersinthedark.wordpress.com/
Ano: 1991
Diretor: Jon Avnet
Duração: 130 minutos
Nos anos 80, Evelyn (Kathy Bates) é uma dona de casa infeliz e que está passando pela menopausa, quando conhece Ninny (Jessica Tandy), uma idosa peculiar e animada que mora em uma casa de repouso. Nas visitas de Evelyn, ela conta histórias sobre outras duas mulheres, jovens do Alabama nos anos 20/30 : a teimosa e aventureira Idgie Threadgoode (Mary Stuart Masterson) e sua amiga Ruth (Mary-Louise Parker).
O roteiro foi adaptado com a colaboração de Carol Sobieski por Fannie Flag, baseado em seu romance Fried Green Tomatoes at the Whistle Stop Cafe e recebeu uma indicação ao Oscar de 1992.
Começamos nossa jornada quando Evelyn (Kathy Bates) acompanha seu marido Ed (Gailard Sartain) numa visita à sua tia, que está no hospital.
Lá, ela conhece uma carismática senhorinha de 83 anos, que começa a lhe contar histórias sobre seu passado, que acompanhamos através de flashbacks, técnica usada exaustivamente para narrar memórias nas telonas.
Somos levados ao Alabama nos anos 20, até a família Threadgoode. A pequena 'espuleta' Idgie (Nancy Moore Atchinson) não quer saber de vestidos e condutas de damas, sendo próxima apenas de seu irmão Buddy (Chris O'Donnell), que por sua vez está apaixonado por Ruth (Mary-Louise Parker).
"One time there's this lake..."
Após um acidente que afeta suas vidas, as duas se separam e Idgie (agora Mary Stuart Masterson) torna-se extremamente reclusa e arisca. Mas sua mãe (Lois Smith), contrariada pelo jeito rebelde e masculino da filha que vive em bares bebendo uísque e jogando pôquer, decide chamar a boa moça católica Ruth para aproximar-se de Idgie e ver se consegue influenciá-la de maneira positiva.
"I don't know what's worse, church or jail"
Mas Idgie surpreende Ruth com sua ousadia e irreverência e as duas acabam tornando-se grandes companheiras.
Apesar de desconhecida pelo grande público, Mary Stuart Masterson está genial como a caipira audaciosa capaz de encantar qualquer coração por aí, ao lado da não menos talentosa Mary-Louise Parker (Mais conhecida por protagonizar a série Weeds).
"You're just a bee charmer, Idgie Threadgoode."
Enquanto isso, nos anos 80, Evelyn vai atrás de técnicas pra melhorar a crise no casamento e acaba se cobrindo em papel bolha pra ver se consegue chamar atenção do marido (que é um baita de um idiota; inclusive seu sobrenome 'couch', refere-se à seu vício ou hábito de ficar vendo tevê por longas horas, apelidada nos Estados Unidos de 'couch potato', que significa 'batata de sofá').
A personagem também tem baixo auto-estima e sente-se reprimida em uma sociedade na qual não se encaixa, sendo agredida por ser gordinha e mais velha. Mas acaba se rebelando inspirada pelas façanhas de Idgie, tomando as rédeas de sua vida, finalmente.
Por conveniência, Ruth acaba se casando com Frank Bennet (Nick Sercy), um homem rude e abusivo. Quando a situação extrapola os limites, Idgie vai ao resgate da velha amiga e lhe dá um emprego na sua lanchonete, onde servem os famosos tomates do título.
"Secret's in the sauce"
As duas enfrentam o preconceito dos mais conservadores locais, curiosamente não por visivelmente serem mulheres incomuns para a época, mas por ajudar os menos afortunados e servir comida para os negros na Whistle Stop, por exemplo.
Um dos temas presente no filme, a segregação racial afetava negócios e comunidades no início do século XX, cobrando punições dos negros que não respeitassem as regras vigentes. O extremismo sulista é retratado através da Klu Klux Klan.
Também conhecida como KKK, são organizações racistas americanas que defendem a supremacia branca e o protestantismo. A primeira foi fundada em 1865, no Tennessee e banida em 1872. Um segundo grupo foi criado por William Simmons em 1915, que ficou famoso pelos linchamentos e outras violências contra seus 'inimigos', entre estes incluindo-se negros, católicos, judeus e asiáticos. A popularidade da organização caiu durante a Grande Depressão e Segunda Guerra, já que o país se posicionou contra o totalitarismo e nazismo.
Aliás, a cena em que elas fazem uma pequena 'guerra de comida' super adorável era pra ser uma espécie de metáfora das duas fazendo sexo, segundo o diretor.
Segundo o crítico Roger Ebert : “O assassinato e o subseqüente julgamento não são de fato o tema de Fried Green Tomatoes, que é realmente sobre o não-conformismo em uma sociedade intolerante. É bastante claro que Idgie é lésbica, e bastante claro que ela e Ruth são um casal, embora, por causa dos costumes do Sul naquele tempo, muita coisa não é falada, e nunca estamos muito certas de até que ponto as coisas são claras para Ruth.”
A dupla de atrizes tem uma química fantástica, desenvolvendo ótimas interpretações, que tanto emocionam quanto nos divertem; Assim como as veteranas, ambas indicadas ao Globo de Ouro e ao BAFTA por seu desempenho no longa, Kathy Bates (American Horror Story) e Jessica Tandy, nomeada também ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo papel. A atriz, que teve uma prolífica carreira de cerca de 65 anos entre palcos e telas, ficou famosa pelo anterior Conduzindo Miss Daisy (1989) ao lado de Morgan Freeman, protagonizando outra amizade de caráter ambíguo que ultrapassa diferenças sociais, raciais, culturais e de idade, curiosamente também ambientada na região sulista dos EUA.
E apesar de não ter ganho nenhuma estatueta, o longa foi indicado a outros prêmios importantes, como o Globo de Ouro e venceu o GLAAD (Aliança Gay e Lésbica Contra a Difamação), como filme excepcional, dentre outras instituições que homenagearam a produção e elenco.
Enfim, um filme sensível e feminista sobre amizade, relacionamentos, vida e morte, envelhecimento e coragem, que rende risadas, lágrimas e deixa água na boca.
Incrível como um homem pôde captar a essência feminina de forma tão bela e simples.
Incrível como um homem pôde captar a essência feminina de forma tão bela e simples.
Você pode testar essa receita aqui se quiser provar, enquanto escuta a bela trilha de Thomas Newman aqui, responsável pela composição de músicas para filmes como Um Sonho de Liberdade (1994), O Encantador de Cavalos (1998) e Beleza Americana(1999).
Bom apetite!
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Fonte:Wikipedia
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http://50anosdefilmes.com.br/
http://www.contioutra.com/
https://wondersinthedark.wordpress.com/
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