Filme nº 770
A Princesa Prometida (The Princess Bride)
Ano: 1987
Diretor: Rob Reiner
Duração: 98min
Um avô lê para seu neto doente a história da jovem Buttercup (Robin Wright) que vive no condado de Florin e lá conhece um camponês chamado Westley (Cary Elwes), que sempre atende seus pedidos respondendo "como desejar" ("as you wish"). Ele decide partir em busca de fortuna para poderem se casar, mas pouco tempo depois ela fica sabendo que o barco em que estava viajando foi atacado por piratas.
Acreditando seu amado estar morto, concorda em se casar com o príncipe Humperdinck (Chris Sarandon). Antes da cerimônia, porém, é raptada por uma gangue inusitada, que logo percebe estar sendo seguida por um guerreiro mascarado.
Clássico da sessão da tarde, ficou no coração e memória de muitos nos anos 80/90, tornando-se um clássico cult.
Nossa jornada começa com um garotinho doente e entediado que recebe uma visita familiar.
A cena pretende reencenar a própria infância do diretor, que ganhou um livro do seu pai escrito por William Goldman em 1973. Ainda faz questão de representar uma geração de crianças e jovens oitentistas, quando o menino (Fred Savage) faz cara feia pro presente e pergunta se tem 'esportes' no livro. Ao que seu avô responde "Está brincando? Esgrima, luta, tortura, vingança, gigantes, monstros, perseguições, fugas, romance, milagres."
Pra essa era de inquietos, se não houver bastante coisa interessante acontecendo, a atenção deles seria voltada pra outras coisas, tipo o Atari que o garoto jogava antes do contador de histórias chegar.
Apesar de Goldman, que também ajudou a adaptar o roteiro do filme, ser referenciado nos créditos finais, o 'vovô', interpretado por Peter Falk, diz ler uma história de 'S. Morgenstern'. Curioso não? Isso porque esse era um pseudônimo usado pelo autor, que lançou seu livro como um condensado de um trabalho maior escrito por um fictício 'Simon M.' de Florian.
Diretor de outros bons filmes, como outro clássico da época Conta Comigo (1986) e o mais recente Flipped (2010), Reiner acertou em misturar comédia, fantasia, romance e aventura.
Assim como o velho vô Falk introduziu-nos, pra você que pensa que essa é mais uma história pueril de princesas e príncipes, segura a onda aí.
Bom, essa pode ser a primeira e talvez única vez que temos um plot-twist (que infelizmente só funciona com crianças, eu acho) numa narrativa de romance e fantasia. -Star Wars é ficção científica- Nós achávamos que o grande amor de Buttercup (sério, que nome é esse?!) estivesse bem morto, mais eis que surge um misterioso mascarado de preto (o Zorro?) e a rapta dos raptores.
No longa, uma jovem Robin Wright estreava no papel principal, não de forma surpreendente, devo dizer. Apesar de muito bonita, e usar umas roupas bem legais, tipo aquele traje todo vermelho que eu ainda fico querendo, ela faz uma interpretação morna. Quando desafiada, faz uma cara de brava e franze as sobrancelhas e quando desolada, fica encarando o além com ar perdido.
Já, o mocinho sedutor vivido por Cary Elwes, foi escolhido pelo diretor por lembrar-lhe aqueles famosos 'heróis de capa e espada' do cinema antigo, como Errol Flynn e Douglas Fairbanks. Interessante que todos os três atores interpretaram Robin Hood em algum momento de suas carreiras.
Ah, o pirata Roberts, do qual o personagem principal diz ter sido aprendiz e herdado o título infame, foi inspirado em Bartholomew Roberts, um pirata galês dito como o mais bem sucedido durante a Época Dourada da Pirataria, bastante famoso por volta de 1720.
Oooh puh! puh! Olha quem sabe tudo, huh?!
A gangue de sequestradores é formada por um trio 'barra-pesada', primeiramente apresentados como 'vilões', que aparecem no caminho da heroína, mas esses personagens inusitados vão ganhando nosso carinho aos poucos...
Fezzik, O maiorzinho da gangue, vivido pelo ator francês Andre René Roussimof, mais conhecido pela alcunha de ringues "Andre, o gigante", era lutador profissional e estava bem machucado na época das filmagens, tendo feito uma cirurgia nas costas recentemente. Inclusive a atriz Robin Wright teve que ser içada por cabos em certas cenas, pois Andre não conseguia carregá-la.
Mesmo assim desempenhou bem seu papel de adorável gigante e conquistou todos nós.
Dos coadjuvantes, o espadachim Inigo Montoya (Mandy Patinkin) foi o que melhor conseguiu fixar-se no imaginário dos fãs, com suas falas icônicas e temperamento de sangue quente, além da busca interminável pelo 'homem dos 6 dedos' que matou seu pai.
O ator declarou que esse foi seu papel favorito nas telas, além de ajudá-lo a superar a perda do próprio pai, que morreu de câncer.
Hoje vai ter sangue.
Olá. Meu nome é Inigo Montoya. Você matou meu pai.
Prepare-se para morrer, bitch.
Vale dizer que Elwes e Patinkin aprenderam esgrima para realizar o filme e realmente fizeram todas as cenas de luta com espadas, muito bem orquestradas (menos os saltos fantásticos que foram feitos por dublês). Os atores tiveram aulas com Peter Diamond e Bob Anderson, que era Darth Vader nas cenas de luta com sabres de Guerra nas Estrelas.
Depois de brincar um pouco com as afirmações apaixonadas de sua adorada Buttercup, o Terrível Pirata Roberts/Mascarado de bigodinho/Westley revela-se proferindo seu famoso jargão (sendo que curiosamente ela não suspeitou de nada o tempo todo). Daí eles partem em fuga do extremamente pomposo e caricato príncipe de Florian, típico Narcisso. Para escapar, precisam atravessar o perigoso Pântano de Fogo, uma das sequências mais legais, com direito à árvores assustadoras, um chão que cospe chamas, areia movediça e ratazanas criadas à Toddy (R.O.U.S - Rodents Of Unusual Size ou roedores de tamanho incomum), às quais o próprio Rob Reiner deu 'voz' .
Mas ao sair daquele inferno, tcharáaam lá está o príncipe e a guarda real, afim de levar a princesa embora. Antes de ser aprisionado, nosso herói vislumbra os seis dedos do Conde Tyrone Rugen (Christopher Guest).
Aliás, aquela coroada na cabeça de Elwes foi verídica e levou o ator pro hospital.
Quando descobre através de seu amigo Fezzik onde está o homem que vinha procurando há tantos anos, Inigo decide ajudar Westley, tendo ficado impressionado com as habilidades do rapaz em seu primeiro encontro.
Somos levados então para um poço com cara de masmorra, onde os ferimentos do herói são cuidados por uma espécie de servo de Dr. Frankenstein, aqui meramente referenciado como 'o albino'. O personagem interpretado por Mel Smith demonstra gostar de torturas tanto quanto seu mestre, o Conde, criador de uma máquina que suga a energia vitalícia de suas vítimas.
Isso é um 'sim' na língua do Chaves.
Depois de ser bem castigado pelos antagonistas, o corpo desacordado do herói é levado por Fezzik e Inigo para uma cabana no mato, onde são recebidos por um velhinho de palavras carinhosas como "ah, porque você não arruma um corte de papel e espreme um suco de limão em cima?"
O ator Billy Crystal está irreconhecível sob a maquiagem do personagem Miracle Max, nosso arquétipo de sábio curandeiro...err... e piadista.
-Amor verdadeiro é a maior coisa do mundo... exceto por um bom CAT - sanduíche de carneiro, alface e tomate -
A dupla de atores, diferente do resto do elenco, teve liberdade para improvisar além do que estava no roteiro nos três dias em que participaram das filmagens.
A Princesa Prometida foi filmado em vários cenários naturais da Irlanda e Inglaterra, como os Penhascos de Moher que tornaram-se o "Penhasco da Insanidade" no longa. A trilha sonora foi composta por Mark Knopfler da banda Dire Straits e a canção original "Storybook Love" gravada na voz de Willy DeVille foi indicada ao Oscar.
Pra finalizar só queria demonstrar minha indignação com a personagem principal, que já no começo da história, sendo que 'um dos maiores prazeres' dela era mandar o pobre Westley pra lá e pra cá, percebe-se que essa moça é bem mimadinha e gosta de uns joguinhos sádicos. Mas ela leva um belo troco. Aí, deixa eu comentar que absurdo foi aquele de se jogar pela encosta depois de empurrar o cara? Pouco dramática... E quando o 'homem da vida dela' tá quase morrendo enquanto luta com uma ratazana monstruosa? (Tinha um ator dentro daquela fantasia, acredite) Sim, ela fica só assistindo. Daí pra encerrar com chave de ouro, ela declara que se o rapaz não vier salvá-la do próprio casamento (que ela consentiu lá no passado, ninguém explica porque), ela cometerá suicídio. Sério, Westley, por que foi que você voltou mesmo?
Se quiser reviver essa nostalgia de história ou caso não tenha assistido ainda, entre no link abaixo:
The Princess Bride
tchauzinho.
Fonte:
Imdb
Filmow
Wikipedia
Buzzfeed
http://www.tor.com/
http://www.lolwot.com/
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