A Lenda (Legend)
Ano: 1985
Diretor: Ridley Scott
Duração: 94min
Jack (Tom Cruise) precisa impedir que o Senhor da Escuridão sacrifique o último unicórnio e transforme o mundo em um lugar gelado e sem luz, além de resgatar a princesa Lili (Mia Sara).
Cenários fantásticos (todos eles construídos em estúdio) nos introduzem ao mundo onírico do filme, uma terra encantada sem nome, onde vivem unicórnios, fadas e outros seres do imaginário mágico.
Lá também vivem Jack, uma espécie de Mogli, que mora na floresta e conhece tudo por ali, além da curiosa e aventureira Princesa Lili, primeiro papel da atriz Mia Sara nas telonas.
Okay, o casal extremamente ingênuo não é tão interessante no seu protagonismo, mas o que parece começar como uma fábula pueril, é perturbada por um vilão onipresente, criaturas medonhas e de ambientes iluminados somos levados à decadência do espírito selvagem, representado por neve, gelo, desolação e sequências escuras.
Tá, mas peraí, da onde o diretor tirou a ideia pra fazer o filme? Então, insatisfeito em simplesmente adaptar um livro pras telas, Ridley Scott contratou um romancista, William Hjortsberg, pra escrever a história que seria base pro longa. A dupla revisou uns 15 roteiros antes de ficarem felizes com o resultado.
Os dois fizeram bem em retratar uma ideia simples, ao mesmo tempo recheada de personagens caricatos e impressionantes, bons efeitos especiais pra época, cenários detalhados ao extremo e uma direção de arte fabulosa (apesar das críticas apontarem o excesso de glitter e flores de plástico).
Apesar de filmado em 1982, só foi lançado quatro anos depois, encurtado de seus 113 minutos originais para menos de 90 na versão Theatrical Cut US (corte para lançamento nos EUA). Mesmo não sendo um sucesso de crítica ou bilheterias, ficou querido entre fãs do gênero fantasia.
Glitter, unicórnios, petálas... podia ser um clássico LGBT, onde a Princesa se apaixona pelo seu belo vestido encantado e o Jack acaba tendo uma crush pelo diabão.
O roteiro era bem mais inocente se comparado com filmes que vemos hoje, além de diálogos que incluíam charadas e poesia, mas o filme tem mais de macabro do que infantil.
Os goblins Pox (Peter O' Farell) e Blix (Alice Playten).
Annabelle Lanyon na pele da fada Oona.
Brown Tom, Cork Hubert
Screwball vivido por Billy Barty
Eu sou a Amelie Poulain real, seus troxa.
Gump foi interpretado por David Bennet, mas suas falas são dubladas por Alice Playten, porque um executivo achou que a voz do ator soava muito alemã... ficou bem bizarro, mas acho que funcionou pra retratar o elfo de trejeitos e personalidade dúbia.
E a linda Meg Muckebones, horrorificada pelo ator Robert Picardo.
ahhhhhhhhhhhh!credo!
E ainda tem a 'Dark Lili', seduzida pela escuridão e que deixou tanto o vilão quanto o público boquiabertos de Senhora Malvadinha. Palmas ao figurino.
Existem duas versões de trilha-sonora feitas pro filme, sabia?! A original de Jerry Goldsmith e a outra do grupo eletrônico alemão Tangerine Dream. O diretor não quis usar a versão de Goldsmith para o lançamento americano por achar que ela não seria apelativa para a audiência tanto quanto um som mais pesado e oitentista. Porém quando o filme foi restaurado e relançado, Scott voltou pra trilha original.
Se a atuação rígida do jovem Cruise e a direção de Scott nos distanciam dos personagens, alguns dizem que propositalmente, então a música obscura de Goldsmith cumpre com louvor seu trabalho de envolver-nos neste mundo de fantasia e dá até vontade de sair dançando como Lili e seu vestido encantado.
Ah, se estiver em Porto Alegre esse mês, pode aproveitar pra ver o filme na mostra especial dos anos 80 que tá rolando no Santander Cultural. :)
Interesanti.
Fonte:
https://sistergeeks.net/
http://www.papodecinema.com.br/
http://www.ptsnob.com/
http://www.nivelepico.com/
http://shaunduke.net/
http://www.fantasy-magazine.com/
Imdb
Wikipedia
Ano: 1985
Diretor: Ridley Scott
Duração: 94min
Jack (Tom Cruise) precisa impedir que o Senhor da Escuridão sacrifique o último unicórnio e transforme o mundo em um lugar gelado e sem luz, além de resgatar a princesa Lili (Mia Sara).
Cenários fantásticos (todos eles construídos em estúdio) nos introduzem ao mundo onírico do filme, uma terra encantada sem nome, onde vivem unicórnios, fadas e outros seres do imaginário mágico.
Lá também vivem Jack, uma espécie de Mogli, que mora na floresta e conhece tudo por ali, além da curiosa e aventureira Princesa Lili, primeiro papel da atriz Mia Sara nas telonas.
Okay, o casal extremamente ingênuo não é tão interessante no seu protagonismo, mas o que parece começar como uma fábula pueril, é perturbada por um vilão onipresente, criaturas medonhas e de ambientes iluminados somos levados à decadência do espírito selvagem, representado por neve, gelo, desolação e sequências escuras.
Tá, mas peraí, da onde o diretor tirou a ideia pra fazer o filme? Então, insatisfeito em simplesmente adaptar um livro pras telas, Ridley Scott contratou um romancista, William Hjortsberg, pra escrever a história que seria base pro longa. A dupla revisou uns 15 roteiros antes de ficarem felizes com o resultado.
Os dois fizeram bem em retratar uma ideia simples, ao mesmo tempo recheada de personagens caricatos e impressionantes, bons efeitos especiais pra época, cenários detalhados ao extremo e uma direção de arte fabulosa (apesar das críticas apontarem o excesso de glitter e flores de plástico).
Apesar de filmado em 1982, só foi lançado quatro anos depois, encurtado de seus 113 minutos originais para menos de 90 na versão Theatrical Cut US (corte para lançamento nos EUA). Mesmo não sendo um sucesso de crítica ou bilheterias, ficou querido entre fãs do gênero fantasia.
Glitter, unicórnios, petálas... podia ser um clássico LGBT, onde a Princesa se apaixona pelo seu belo vestido encantado e o Jack acaba tendo uma crush pelo diabão.
O roteiro era bem mais inocente se comparado com filmes que vemos hoje, além de diálogos que incluíam charadas e poesia, mas o filme tem mais de macabro do que infantil.
Rob Bottin e Peter Robb-King foram indicados ao Oscar em 1987 por Melhor Maquiagem, em grande parte devido ao exaustivo processo de caracterizar aquele diabão interpretado por Tim Curry, que pouco aparece em cena, mas assombra os personagens principais assim como os telespectadores do começo ao fim. Eu era uma que saía correndo naquela cena que ele resolve sair do espelho.
Na época, a produção tinha a maior equipe de maquiagem que já havia se juntado para trabalhar em um único filme. Não é de se duvidar, pois o que não faltam aqui são caracterizações bem trabalhadas.
Gump foi interpretado por David Bennet, mas suas falas são dubladas por Alice Playten, porque um executivo achou que a voz do ator soava muito alemã... ficou bem bizarro, mas acho que funcionou pra retratar o elfo de trejeitos e personalidade dúbia.
E a linda Meg Muckebones, horrorificada pelo ator Robert Picardo.
ahhhhhhhhhhhh!credo!
E ainda tem a 'Dark Lili', seduzida pela escuridão e que deixou tanto o vilão quanto o público boquiabertos de Senhora Malvadinha. Palmas ao figurino.
Uma análise bem válida a ser feita é sobre a Princesa, antes tão doce, inocente e - insira aqui todos os clichês do arquétipo que você puder encontrar - veste a roupagem negra de sua personalidade, aprisionada lá no fundo. Aquele momento em que ela toca no unicórnio, um fascínio proibido e de conotações sexuais até, é o dedinho de rebeldia da qual ela não via limites e que causou o 'mal' para todos à sua volta. Agora refém, Lili é cortejada por uma espécie de Fera mais horrenda, que lhe dá jóias, roupas decotadas e quer reinar sobre a Escuridão tendo a moça como consorte. Agora a Princesa não está mais assustada, mas se mostra manipuladora e até maliciosa.
Aqui lembro daquele ensinamento dos dois lobos que vivem dentro de cada um de nós. Um é bom e o outro é ruim, o que sobreviver será aquele que você melhor alimentar.
A história de Scott e Hjortsberg parece perseguir essa noção o tempo todo. Tirando a personagem de Mia Sara que realiza um embate psicológico após despertar o Inverno e Gump, que no começo até parecia querer que Jack morresse, os outros são arquétipos bem definidos de figuras maléficas ou benéficas. Como o próprio Jack, que nunca é tentado, a não ser quando se trata de Lili, ele se comporta 100% no papel de mocinho e herói apaixonado, que inclusive pula sem piscar atrás do anel oferecido por sua amada.
No final, a Princesa tem a chance de virar o jogo enganando seu captor, que antes de ser destruído por Jack, afirma perspicaz : "O que é a luz sem a escuridão? O que é você sem eu?"
Como em resposta, os protagonistas voltam para uma terra estática e imperturbada, com uma Lili saltitante e o casal de unicórnios reunido, como se nada houvesse acontecido. Talvez tudo não tenha passado de um sonho apavorante mesmo.
Vamos combinar que esse look goth-bride ficou sensacional, hein.
Existem duas versões de trilha-sonora feitas pro filme, sabia?! A original de Jerry Goldsmith e a outra do grupo eletrônico alemão Tangerine Dream. O diretor não quis usar a versão de Goldsmith para o lançamento americano por achar que ela não seria apelativa para a audiência tanto quanto um som mais pesado e oitentista. Porém quando o filme foi restaurado e relançado, Scott voltou pra trilha original.
Se a atuação rígida do jovem Cruise e a direção de Scott nos distanciam dos personagens, alguns dizem que propositalmente, então a música obscura de Goldsmith cumpre com louvor seu trabalho de envolver-nos neste mundo de fantasia e dá até vontade de sair dançando como Lili e seu vestido encantado.
Ah, se estiver em Porto Alegre esse mês, pode aproveitar pra ver o filme na mostra especial dos anos 80 que tá rolando no Santander Cultural. :)
Interesanti.
Fonte:
https://sistergeeks.net/
http://www.papodecinema.com.br/
http://www.ptsnob.com/
http://www.nivelepico.com/
http://shaunduke.net/
http://www.fantasy-magazine.com/
Imdb
Wikipedia
Comentários
Postar um comentário